quinta-feira, 26 de maio de 2011

Adeus...Pássaro!

Aqui  envolto de imensa luz, dissipo de mim aquilo que não pude alcançar...
Em lugar que tudo brilha receosamente, prefiro entregar-me a mim,
estas mãos em  que eu  não pude tocar, esse olhar que nunca pude enxergar,
os braços  que nunca  com os meus puderam se encontrar...abondono...
Quando a vida se findar, talvez nossos ossos, em distintas e distantes sepulturas, gritem essa  imaterial separação!
Abro as asas de tua essência, encerrada em meus pensamentos...deixo-te ir...
Novos céus encontrarão, mas nunca com as cores do meu!
Pássaro, que um dia o tornei cativo, aproveita! Voa!
Beijo-te sem em ti encostar meus lábios, despeço-me de ti!
Quando estes  olhos fecharem no plano efêmero, quiçá encontremos na eternidade,
onde as almas se reencontram despidas dos medos, do engano, com transparência que sobrepõe!
Vá! Ultrapasse esse limite invisível entre a realidade e a tua presença...
Presença que recusa a despedida, mas permite o adeus!

Denilson

3 comentários:

  1. Denilson: triste, amoroso e terno: um poema do adeus na suavidade de quem , para além das lágrimas, se vê vida; ora vida doída, ora, vida remoçada...
    Abraços com carinho, Jorge Bichuetti

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  2. Muito belo teus versos. O teu lirismo me remeteu a Khalil Gibran em asas partidas! Gostei imenso... "Presença que recusa a despedida, mas permite o adeus!"... Obrigada por compartilhar.

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  3. Grande Jorge, muito obrigado, é a alternância da vida, importante para nosso elevo existencial!

    Bluuu, grato, que bom que gostaste!
    Amo o lirismo de Gibran, as palavras dele transmitem-me “um quê” de metafísico!
    Seja bem-vinda!

    Abraços, com carinho a todos!

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