quarta-feira, 13 de julho de 2011

Noções

Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...
Cecília Meireles

3 comentários:

  1. Seria a alma qualquer coisa que flutua sobre o corpo efêmero e precário?
    As inquietudes da nossa almas as vezes faz tudo parecer contraditório, sem respostas, e por mais que buscamos respostas não a encontramos.
    Cecília sempre bela e cheia de metáforas.
    Beijokas doces!

    ResponderExcluir
  2. Sim! Há mistérios insondáveis que nos inquietam!
    Beijocas doces!

    ResponderExcluir
  3. Boa noite Denilson,

    "GOSTO DO GOSTO INFINITO DAS RESPOSTAS QUE NÂO SE ENCONTRAM".
    Estou, inteiramente de acordo com Cecília Meireles. Gosto de entrelinhas. Sou dúbia e turva, mas transparente.

    Abraço fraterno de luz.

    ResponderExcluir