segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nem santa, nem profana

Era uma jovem simples, sem ternura ou penúria,
Linda, rústica, menina bela e voraz
Desde criança apurada no trabalho,
Alegre, brava, risonha
Trabalhava aqui, amava acolá,
Era provada aquém, vencia além
Casou-se, mas seu primeiro casamento,
Nem sequer os uniu
Os filhos sofrendo tanto, ficaram, assim,
Sem eira, nem beira!
Ela, não sabia de onde brotavam as lágrimas,
Mãos calejadas, corpo moído
Desempregada, mas mantinha a vida...
Não só a sua, mas as da cria!
Não era santa, nem profana
Era mulher, guerreira, pobre, da lida!
Em sua vida novo homem apareceu
A sonhar logo se viu
Fazendo planos,
Juntando panos,
A outro se deu!
Não era o que queria,
Mas nesse ínterim seu amor,
A outros braços entregou-se
A vida passou... traída, abandonada, amargurada!
Chorou a ferida do desencontro,
Não quis saber de dançar, de novo embalo,
Desfez dos bailes, dos adornos,
Desfez do outro, a si se entregou!
O tempo passou...com ele o peso da idade,
O desconforto da dor e da falta de vitalidade!
Velha, mas no seu interior, os filhos permaneceram,
Estão lá criados, formados, ao seu lado!
Presente em seu intimo se encontra o sonho desfeito,
Mas uma outra recompensa:
Amor a vida e a gratidão por tudo superar!
Rogo a Deus que na hora derradeira, ao seu encontro os anjos venham
Junto ao Pai, a eterna e bela recompensa,
Com laurel presenteá-la!
Denílson 05/11/2011

6 comentários:

  1. Nossa! bonito isto. Lindo poema.
    Um abraço

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  2. Olá estimado Denilson,

    Amei (já fiz meu comentário, Professor.
    Ah! Está bem. O verbo amar pede complemento directo, e o que é isso?
    Falando sério.
    Quantas mulheres, quantas heroínas, por esse mundo fora!
    Que interessam as rugas, as mão calejadas, as cicatrizes da vida!
    É preciso segiur viagem.
    A minha solidariedade para com elas.

    Beijos santos de luz.

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  3. Olá querido Denilson,

    Erros de digitação no meu comentário anterior e não fechei parêntesis.
    Estou ficando velha e com pouca destreza manual, é isso.
    Lhe agradeço seu comentário com um apertado abraço.
    Gostei do "colo", virtualmente, falando, é óbvio.
    Eu sou mimada e caprichosa, é verdade.
    Não ouviu o vídeo, que coloquei ao lado da minha poesia? O veja e o escute, porque vale a pena.
    O sinta e o interiorize, também. Sei, que não ficará indiferente.
    Depois, me relata suas emoções, se quiser.

    Hoje, é feriado aqui, amanhã aí.

    Beijos afectosos, sinceros e de muita luz.

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  4. Denilson, nem sempre a vida trás muitas benesses.Lindo teu poema! Tão verdadeiro! Mulheres semelhantes existem mundo afora, mas meu aplauso a todas estas Guerreiras, que lutam, sofrem , mas não abandonam as crias.
    Tenhas uma semana feliz. Forte abraço Eloah

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  5. Denilson querido,

    Teu poema é lindo e me deixou emocionada, pois lembrei de uma pessoa muito querida e que já fez sua partida. Mulheres guerreiras que esquecem de si para o bem de outros. Merecem todo nosso respeito.
    Um grande abraço, amigo

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