Aqui envolto de imensa luz, dissipo de mim aquilo que não pude alcançar...
Em lugar que tudo brilha receosamente, prefiro entregar-me a mim,
estas mãos em que eu não pude tocar, esse olhar que nunca pude enxergar,
os braços que nunca com os meus puderam se encontrar...abondono...
Quando a vida se findar, talvez nossos ossos, em distintas e distantes sepulturas, gritem essa imaterial separação!
Abro as asas de tua essência, encerrada em meus pensamentos...deixo-te ir...
Novos céus encontrarão, mas nunca com as cores do meu!
Pássaro, que um dia o tornei cativo, aproveita! Voa!
Beijo-te sem em ti encostar meus lábios, despeço-me de ti!
Quando estes olhos fecharem no plano efêmero, quiçá encontremos na eternidade,
onde as almas se reencontram despidas dos medos, do engano, com transparência que sobrepõe!
Vá! Ultrapasse esse limite invisível entre a realidade e a tua presença...
Presença que recusa a despedida, mas permite o adeus!
Denilson
Denilson: triste, amoroso e terno: um poema do adeus na suavidade de quem , para além das lágrimas, se vê vida; ora vida doída, ora, vida remoçada...
ResponderExcluirAbraços com carinho, Jorge Bichuetti
Muito belo teus versos. O teu lirismo me remeteu a Khalil Gibran em asas partidas! Gostei imenso... "Presença que recusa a despedida, mas permite o adeus!"... Obrigada por compartilhar.
ResponderExcluirGrande Jorge, muito obrigado, é a alternância da vida, importante para nosso elevo existencial!
ResponderExcluirBluuu, grato, que bom que gostaste!
Amo o lirismo de Gibran, as palavras dele transmitem-me “um quê” de metafísico!
Seja bem-vinda!
Abraços, com carinho a todos!