domingo, 19 de junho de 2011

Ainda dói...

Ainda dói esta ausência, aperta meu peito, a lembrança de que já faz tempo que não te encontro.
Dói a ausência das palavras, que não soa mais de madrugada como música suave.
Custoso é perceber que tudo não passou de ilusão.
Causa-me sofrimento, querer saber sobre você, sua nova vida, anseios e designíos!
Penoso sofrimento é pensar na distância, alternada de sentimentos e quilômetros.
Aflição variável, pois ora me prende súbita e traiçoeira, ora libera-me à felicidade, quando há aceitação do abandono.
As noites de inverno juntam-se à minha agonia, querendo seus braços, suas mãos, implorando seu corpo, em repouso côncavo ao meu.
Meu romantismo converteu-se em desengano, suas palavras que outrora me tornavam crente, hoje, desumanizam-me, reduzem-me a um incrédulo.
Meu amor, tão lindo, puro néctar, varia em sucessão, transfigura-se absinto!
Nada mais me consome além da sua face cravada em minha lembrança, em forma de saudade!
Percebo sua indiferença, tamanha frieza, que expurga de mim, toda chama que acreditava existir em ti.
Refugio-me no tempo, capaz de dissipar dores e retribuir as injustiças, como pagamento exato dos que afligem à alma sincera!
Esse rústico tecelão há de juntar novos fios, em seu tear invisível, há de tecer  nova indumentária,  para dissipar o frio dessa solidão!
Denilson
                                                             19/06/2011

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