Era uma jovem simples, sem ternura ou penúria,
Linda, rústica, menina bela e voraz
Desde criança apurada no trabalho,
Alegre, brava, risonha
Trabalhava aqui, amava acolá,
Era provada aquém, vencia além
Casou-se, mas seu primeiro casamento,
Nem sequer os uniu
Os filhos sofrendo tanto, ficaram, assim,
Sem eira, nem beira!
Ela, não sabia de onde brotavam as lágrimas,
Mãos calejadas, corpo moído
Desempregada, mas mantinha a vida...
Não só a sua, mas as da cria!
Não era santa, nem profana
Era mulher, guerreira, pobre, da lida!
Em sua vida novo homem apareceu
A sonhar logo se viu
Fazendo planos,
Juntando panos,
A outro se deu!
Não era o que queria,
Mas nesse ínterim seu amor,
A outros braços entregou-se
A vida passou... traída, abandonada, amargurada!
Chorou a ferida do desencontro,
Não quis saber de dançar, de novo embalo,
Desfez dos bailes, dos adornos,
Desfez do outro, a si se entregou!
O tempo passou...com ele o peso da idade,
O desconforto da dor e da falta de vitalidade!
Velha, mas no seu interior, os filhos permaneceram,
Estão lá criados, formados, ao seu lado!
Presente em seu intimo se encontra o sonho desfeito,
Mas uma outra recompensa:
Amor a vida e a gratidão por tudo superar!
Rogo a Deus que na hora derradeira, ao seu encontro os anjos venham
Junto ao Pai, a eterna e bela recompensa,
Com laurel presenteá-la!
Denílson 05/11/2011